Por que precisamos falar de saúde mental no trabalho?
Você sabia que, em 2023, quase 150 mil pessoas pediram afastamento do trabalho devido a depressão e ansiedade? Estes números são de relatório recente do Ministério da Previdência Social e, verdade seja dita, mostram a necessidade de discutir um tema de muita importância: a saúde mental no trabalho.
A questão é que, infelizmente, o relatório ministerial não é o único a mostrar o tamanho do problema. Segundo pesquisa da Gattaz Health & Results mencionada pelo portal Terra, 33% das pessoas afirmam que o trabalho é o maior responsável pelo quadro de depressão.
De fato, uma série de fatores contribuem para isso, desde o ambiente tóxico até a sobrecarga das atividades. Por isso, é muito importante entender quais são estas questões e, principalmente, o que se pode fazer para evitar um possível quadro que afete a saúde mental no trabalho.
O que mais afeta a saúde mental no trabalho?
Como já comentamos, o impacto negativo na saúde mental dos trabalhadores pode vir de uma variedade de fatores no ambiente profissional. Entre os principais deles, podemos destacar:
- Carga de trabalho excessiva: horas prolongadas ou sobrecarga de tarefas, além dos prazos apertados, podem levar ao esgotamento. Outro ponto relacionado a isso é não ter muita clareza sobre suas próprias atribuições.
- Conflitos interpessoais: ambiente tóxico de trabalho, bem como os desentendimentos ou assédio entre colegas e gestores. Da mesma forma, a falta de comunicação clara e feedbacks negativos frequentes.
- Falta de reconhecimento: a ausência de valorização do trabalho também diminui a motivação e a autoestima.
- Insegurança no emprego: o medo constante de perder o emprego pode causar estresse crônico e, consequentemente, afetar a saúde mental no trabalho
- Falta de autonomia: pouca ou nenhuma possibilidade de tomar decisões acaba levando à frustração e à sensação de impotência.
Além desses, outros fatores como condições de trabalho inadequadas, falta de suporte social e equilíbrio entre vida pessoal e profissional desajustado também contribuem para problemas de saúde mental.
Quais os problemas mais comuns?
Ainda segundo a reportagem da Terra, entre os problemas que mais levam ao afastamento temporário, temos:
- Episódio depressivo moderado
- Episódio atual grave sem sintomas psicóticos
- Transtorno depressivo recorrente
- Ansiedade generalizada
- Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos
- Transtorno misto ansioso e depressivo
Cada um destes quadros possui suas próprias características e, inclusive, sua respectiva Classificação Internacional de Doenças (CID).
Quais as consequências disso?
A grande questão é que os problemas relacionados à saúde mental no trabalho não afetam apenas o indivíduo, mas a própria organização. Só para ilustrar, algumas das consequências mais comuns dos transtornos são:
- Redução da produtividade: colaboradores com questões de saúde mental frequentemente têm desempenho reduzido.
- Absenteísmo: há também uma tendência ao aumento de faltas no trabalho entre esses colaboradores.
- Turnover elevado: uma das consequências do estresse é a maior rotatividade de pessoal, uma vez que há tanto o afastamento quanto pedidos de demissão.
- Custos de rotatividade: consequentemente, surgem gastos extras para a empresa com recrutamento e treinamento.
- Saúde física comprometida: problemas mentais persistentes geralmente levam a condições físicas sérias, como doenças cardíacas.
- Qualidade de vida prejudicada: a insatisfação profissional pode deteriorar aspectos da vida pessoal, como relações sociais e descanso adequado.
Diante disso, é bem urgente que a empresa tome atitudes ou adote ações que promovam o bem-estar e, consequentemente, protejam a saúde mental da equipe.
A importância do ambiente de trabalho mais saudável
No final de março, o Governo Federal sancionou a Lei 14.831/2024. Em resumo, o texto dá orientações sobre a promoção da saúde mental no ambiente corporativo. Essa iniciativa surge principalmente diante do crescimento de problemas psicológicos relacionados ao trabalho, por isso, incentiva ações que visam a saúde mental dos empregados.
Só para exemplificar, um dos pontos da lei é a criação do Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental. Este selo é atribuído às empresas que implementam medidas eficazes para reduzir a vulnerabilidade mental e melhorar o bem-estar no local de trabalho. E acredite, estas estratégias nem são difíceis de adotar. Por exemplo:
- Promover o equilíbrio entre vida profissional e profissional, respeitando o tempo livre da equipe. Ademais, quando possível, incentivar horários flexíveis.
- Criar um ambiente de suporte, ou seja, a cultura de apoio mútuo e comunicação aberta.
- Oferecer recursos de saúde mental no trabalho, inclusive com acesso a serviços de aconselhamento e terapia.
- Capacitar gestores para reconhecer sinais de estresse e, assim, oferecer suporte adequado.
- Desenvolver políticas claras: implementar políticas que promovam a saúde mental e o bem-estar no trabalho.
Ademais, o próprio colaborador pode adotar hábitos para proteger o sem bem-estar no trabalho. Afinal, é lá que passa boa parte do seu dia. Entre estas ferramentas, dá para destacar:
- Estabelecer limites, principalmente às demandas excessivas, por mais difícil que seja.
- Praticar mindfulness, ou seja, utilizar técnicas de atenção plena para reduzir o estresse e aumentar o foco.
- Conversar com colegas, amigos ou profissionais quando necessário.
- Manter um estilo de vida saudável com atividades físicas e uma alimentação balanceada.
- Aprender a lidar com desafios e mudanças de forma mais positiva.
Em resumo, as empresas precisam, sim, adotar medidas que cuidam do desenvolvimento pessoal dos colaboradores. Mas, é um direito seu cuidar da própria saúde mental, não apenas no trabalho, como na sua vida em geral.
E não, nem sempre a gente dá conta de tudo sozinho. Por isso, agende seu acompanhamento com profissionais qualificados da Clínica Vittá. Além do atendimento acessível, você tem o acolhimento que precisa.